Encontrar a Calma no Caos

 

Há momentos na vida em que o mundo parece acelerar mais rápido do que conseguimos acompanhar. As responsabilidades acumulam-se, os imprevistos surgem, as emoções intensificam-se… e, de repente, damos por nós no meio de um turbilhão interno. Mas, por vezes, é precisamente no epicentro desse caos que surge uma clareza inesperada, uma luz subtil, quase silenciosa, que nos chama
de volta a nós.

Durante a minha viagem de retiro à Índia, vivi uma dessas revelações. Em conversa profunda com alguém muito especial do grupo, surgiu uma expressão que ficou gravada na minha alma: “encontrar a calma no caos.” E tudo fez sentido.

Percebi que a calma verdadeira não é um lugar onde o mundo deixa de ser desafiante. Não é ausência de movimento, nem de problemas. A calma verdadeira é uma habilidade interna, uma prática, uma escolha, uma construção diária.

É o espaço que criamos entre aquilo que nos acontece e a forma como decidimos responder e/ou reagir.

Encontrar a calma no caos é confiar.

Na Índia, enquanto os sons, as cores, os cheiros e a intensidade da vida se misturavam à minha volta, descobri que o caos pode ser um mestre. Ele mostra-nos onde ainda reagimos automaticamente, onde nos perdemos de nós, onde a nossa paz depende do exterior. E, ao mesmo tempo, oferece-nos a oportunidade de regressar ao nosso centro, de respirar mais fundo, de escutar mais fundo, de ser mais fundo.

Encontrar a calma no caos é confiar.

Confiar que existe um ritmo maior a guiar tudo.

Confiar que cada desafio é um convite ao alinhamento.

Confiar que não precisamos de controlar tudo para estar bem.

Confiar que a vida nunca nos dá menos, ou mais, do que aquilo que somos capazes de segurar com consciência.

E quando essa confiança se instala, algo muda:

O caos deixa de ser inimigo.Deixa de nos abalar. Passa a ser apenas movimento, e nós descobrimos que podemos ser o espaço onde esse movimento se desenrola, sem nos perdermos nele.


Este ano, convido-te a cultivar essa capacidade dentro de ti:

·      Respira antes de reagir.

·      Observa antes de tirar conclusões.

·      Sente antes de julgar.

·      Escolhe antes de te deixares arrastar.

A calma é um ato de presença.

É uma forma de amor-próprio. É a lembrança constante de que a paz não se encontra lá fora, cria-se cá dentro.

E talvez essa seja uma das maiores liberdades espirituais que podemos viver.

Que 2026 te traga profundidade, clareza, leveza e a sabedoria serena de quem já sabe:
A vida pode ser caótica, mas tu podes sempre ser calma dentro dela.

Sabina Ali

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