Meditação: A Pausa Que Revela a Verdade
A Pausa Que Revela a Verdade
Estamos constantemente a viver dentro de
uma história.
A nossa mente é uma contadora de histórias, cria narrativas sobre quem somos, o que os outros pensam, o que pode correr mal, o que devia ter sido diferente, o que temos de fazer, corrigir, provar, tornar-nos. Desde o momento em que acordamos até ao momento em que adormecemos, a história raramente pára. E parece tão real, não é? A mente não diz: “Olá, sou só uma voz na tua cabeça a inventar isto.” Ela diz: “Isto és tu. Isto é a verdade.”
Mas a meditação… a meditação é o momento em que carregamos no botão de pausa.
Mesmo que seja só por alguns segundos, a meditação silencia o monólogo o tempo suficiente para que possas reparar nele. Para testemunhares a narração em vez de seres arrastada/o por ela. Essa breve pausa é uma janela, uma oportunidade para te lembrares: A tua mente está sempre a contar-te uma história. E não tens de acreditar em tudo o que ela diz.
A Magia da Pausa
Há um espaço subtil mas profundo em cada respiração, mesmo entre a inspiração e a expiração. Esse momento de quietude. Essa pausa.
É fácil de ignorar. Estamos tão focados no fazer, na inspiração (absorver, lutar, tornar-se) ou na expiração (libertar, realizar, largar), que esquecemos a sabedoria que vive na quietude entre elas. Mas essa pausa? É aí que vivem as respostas. É aí que habita a presença. É aí que surge a clareza, não através do pensamento, mas do ser.
Não vais encontrar soluções para as tuas questões mais profundas no ruído do pensamento excessivo. Vais encontrá-las no espaço silencioso que raramente visitas. A meditação convida-te a entrar nesse espaço, não para procurares respostas, mas para te sentares no tipo de silêncio onde as respostas começam a surgir naturalmente.
Praticar a Pausa
Não precisas de horas no topo de uma montanha. Não precisas de incenso nem de uma postura perfeita. Precisas de um momento de disponibilidade para parar. Para respirar. Para reparar na mente a fazer o que faz: narrar, dramatizar, explicar, e depois voltar com gentileza à respiração.
Inspira. Pausa. Expira. Pausa.
A respiração ancora-te. As pausas revelam-te.
Considerações Finais
Meditar não é corrigir-te nem parar os pensamentos. É lembrares-te que não és os pensamentos. És a consciência por trás deles. A pausa entre eles. A presença tranquila por baixo da história.
E nesse espaço, entre a inspiração e a expiração, podes muito bem encontrar aquilo que procuras há tanto tempo.